Teia nova

Sejam bem-vindos (as). Estamos de cara nova, mudamos para deixar a teia de aranhas um espaço mais confortável, um lugar comfortable. Entre,fique a vontade, se jogue blog adentro de forma bem intimista, tranqüila.Teremos vários lugares para conhecer e podermos esticar as palavras, o som e imagens, enfim, todo conhecimento possível.Então. Vamos conhecer? Vamos lá! O tête-à-tête será o nosso editorial, onde poderemos abordar tudo que ocorre no nosso mundão. No Madame Mim vamos contar histórias de mulheres e suas superações diante do inesperado.Em Caleidoscópio registraremos as imagens do planeta (ou do universo, quem sabe?) feitas por profissionais e amadores também.No Degostei (è assim mesmo) iremos trocar receitas culinárias que com certeza será uma delícia. Para ouvir teremos o Na vitrola onde iremos ouvir e ver as músicas e clipes de ontem e de hoje. Para quem é apaixonado por leituras o Fala de língua será a porta para as letras, histórias e "calsos" do mundo da imaginação. E não poderíamos deixar de registrar o T.W.I.T onde iremos postar as mensagens que não podem passar despercebidas da web. Um momento legal e muito digno é o Mãos Dadas, seção que divulgaremos os projetos sociais, que estão sendo desenvolvidos pelo Brasil afora e que merecem um espaço de honra no nosso papo e para finalizar temos o click que irá registrar o cotidiano das ruas feita por mortais comuns como nós que andam, tropeça e esbarra na gente o tempo todo.Ufa! Cansou? Mas, conversas a parte vamos entrar na teia?

domingo, 30 de agosto de 2009

Só de sacanagem


SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau." Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!Elisa Lucinda

Raizes


Alma em raiz

Como todo ser humano nascida e criada na zona urbana, tinha a concepção de que arroz e feijão brotava nas prateleiras do supermercado pesado e enssacolado, que o açúcar se transformava em pequenos grãos adoçicados num passe de mágica. Assim, o tempo passou e como menina de cidade tinha uma ideologia em relação ás pessoas do campo, figuras estereotipadas que a mídia implantou tão bem no modelo de mazaropi, jeca tatu e nos arquétipos das festas juninas, que vestem roupas remendadas de chita, calças “pega frango”, tranças no cabelos dentes estragados de culturas atrasadas dependentes de uma cultura urbana para evoluírem.
Dessa forma de pensar conclui meu magistério e assumi uma escola a zona rural uma sala multiseriada, numa comunidade carente, porém, não necessitada do meu conhecimento urbano e cientifico, mas sedenta em oferecer a sua cultura e em troca, que eu disponibilizasse sensibilidade e motivação para transformar essa complexidade social em conhecimento real útil para aquelas crianças.Pena, que esse olhar não foi possível, permaneci nessa escola durante três anos, apenas reproduzindo a cultura letrada dos livros didáticos e do mundo o qual pertencia. Afinal, eu era a professora e os alunos tinham que aprender comigo e o que eu tinha para lhes ensinar. Dos meus treze anos de profissão, seis foram angustiantes, pois o meu conflito era: Porque ensino e eles não aprendem? Como é possível essas crianças não conhecerem cinema e elevador? Porque andam descalças na chuva, e nem se importam?
Entre eu e as escolas havia um abismo de mundos diferentes, que eu na minha ignorância não conseguia enxergar e nem descer de um pedestal ideológico, e não percebia a riqueza dessas crianças com suas histórias costumes e tradições que eram barradas no portão da escola.
Ao final da faculdade tive um período de educação no campo com uma professora que tinha feito o mestrado sobre a educação campesina, ela não dava aula ela emergia da terra as respostas para as minhas duvidas, meus medos e conflitos, também escavava em mim preciosidades que eu tinha garimpado dos alunos e de seus cotidianos que eu mesma não tinha me dado conta. Aquele período fez diferença na minha vida, aquelas aulas fizeram diferença em mim, aquela professora contribuiu para que eu como uma erva daninha me transformasse numa semente possível em produzir bons frutos, ficava ansiosa pelas aulas de quinta-feira, para sorver cada conhecimento daquele momento, pois era a desconstrução danosa de um pensamento irreal e cruel, para a construção de uma nova visão literalmente rica. Ao final do curso eu sabia o que eu queria. Queria sim ser uma professora da zona rural, trabalhando e construindo idéias que brotam da terra, do mato, do campo, com seu lado romântico e seu lado cruel vitimada da grande roda capitalista, mas queria sim começar tudo de novo. Na época estava localizada em uma escola no centro da cidade, com todo conforto e comodidade que a urbanização e a tecnologia permite.
No final do ano letivo retornei a minha escola da zona rural com muita prazer e muita alegria, pois, percebi que havia um mundo novo e admiravél a descobrir,conhecer, sentir...Há três anos estou nessa escola, nesse tempo, tenho tido a oportunidade de ver como acontece a vida campesina, seu dia-a-dia,seu ciclo de vida e trabalho, suas mulheres, as crianças, o lavrador e sua relação passional com a terra, a produtividade,a beleza da simplicidade, a dor, a riqueza, a exploração, a realeza da natureza e também a falta de reciprocidade e cuidado com o meio ambiente, a relação dúbia com a divindade Terra como parte de todos nós.
Ainda assim, todos os extremos se entrelaçam em mim. Como parte deste espaço busco a diferença através de uma pedagogia multicultural e firmada em principios étinicos e éticos, não como temas transversais e obrigatório, mas fundamental como identidade humana, para uma construção coletiva de vida no planeta. Uma educação inclusiva do conhecimento local e global, necessário e instigador.
A escola como espaço para diálogos e debates para a mulher lavradora, granjeira, mulher de labor. Uma escola promovedora de alternativas e tecnologias para a melhoria da vida no campo, uma teia de gente, idéias, ações e valores que estabeleça uma identidade do campo, para o campo, com o campo.
Como dia o poeta. “Mas que sabe adubar a pauta agreste, semear fantasia, sonho, verso; irrigar das mais férteis emoções...Não há solo tão árido ou rochoso para minhas sementes, mudas, ramas; minhas tramas; os cachos de poesias...”
Beatriz Elias da Silva e Souza

sábado, 22 de agosto de 2009

Mulheres que correm com os lobos
Aproveitando o mes mistico de agosto e todo folclore que o mes tráz.
Mulheres que correm com os lobos, de Clarissa Pinkola Estés, é considerada como uma das obras mais aprofundadas e revolucionárias no que se refere ao universo e imaginário feminino, que se publicou nos últimos cinqüenta anos. O ensaio é revolucionário e provocativo, pois questiona de forma incisiva o protótipo da mulher moderna, que compete ombro a ombro com o homem, desconsiderando o seu diferencial feminino. Em nenhum momento, a autora desacredita o potencial das mulheres para ocupar posições de destaque na cena pública, apenas, nos conduz a uma reflexão sobre algumas coisas que foram abandonadas, como as nossas raízes mais interiores, a intuição e a criatividade, e trocadas por moedas de menor valor.O livro traz contos da tradição oral latina e européia, e, através deles, Clarissa Estés analisa paradigmas da conduta e do comportamento feminino. A mulher que corre com os lobos, também chamada “Mulher Selvagem” ou “Aquela que sabe”, é a mulher que não se envergonha de respeitar os seus ciclos de vida, o seu lado mais primitivo, a sua espiritualidade. Uma mulher que enfrenta seus próprios medos e sobrevive às suas próprias fantasias infantis acerca dos relacionamentos, da maternidade, etc.A autora compara essa mulher aos lobos, pois, como eles, são detentoras de uma aguda percepção, de um espírito lúdico e de enorme capacidade de afeto. Apesar do título, ouso dizer que não é um livro direcionado exclusivamente ao público feminino, mas a todos os seres que buscam uma vivência na qual o gozo de estar vivo seja uma conquista diária.
É livro de cabeceira, amei e recomendo.
Há cinco elementos importantes nas regras militares:

- o primeiro é a análise do terreno;

- o segundo é o cálculo de força de trabalho e dos recursos de material;

- o terceiro é o cálculo da capacidade logística;

- o quarto é uma comparação da sua própria força militar com a do inimigo; e

- o quinto
é uma previsão de vitória ou derrota.


Sun Tzun